Fauna interna de uma fêmea de 22 anos - poema de Julia Debasse

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Outrora toda sorte
de animal estranho e selvagem
vivia dentro dela,
mas uma febre muito alta
os exterminou.

A febre alta se foi
e ela acordou vazia.
Uivos, rugidos, ganidos,
rosnados, trinados,
tudo havia se calado.
Jaguares, lobos, touros,
tigres, águias, coiotes,
cavalos e graúnas,
Todos silenciosos
e extintos.


O corpo ainda quente,
a pele ainda ardia
como uma queimadura de sol;
No leito adoentado
clamou por sua fauna
mas nada recebeu além
de um beijo no olho
e um comprimido.
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