Desaforismos de Franklin Jorge

Ascese: A rotina é uma forma de ascese.
Alegria: A alegria, de essência vulgar, é o consolo dos pobres.
Arquivo: V.
Corpo.Artista: Um artista alegre é tão inconcebível quanto um boi voador.
Bagdad: V. Sertão.
Balé: O balé é por demais abstrato.
Café: Ópio dos intelectuais. Madame de Sévigné repudiou o café como um modismo de cortesãos. Não foi feliz quando lhe vaticinou um sucesso efêmero.
Carnaval: O carnaval é a ópera socializada.
Casamento: Comodidade que acaba incomodando. Suprema punição do indivíduo que recorre ao hábito da família.
Clube: A feira, popular e multitudinária, é o clube do homem sertanejo.
Corpo: Arquivo de sensações.
Criar: Criar, para burlar a morte.

Franklin Jorge (1952) nasceu na cidade de Ceará Mirim, no Rio Grande do Norte. Escritor eclético e enigmático, jornalista de renome, é autor de "Impróprio para menores de 18 anos" - Limiar, 1976, em parceria com a escritora Leila Míccolis; "Poemas Apócrifos" (in_Fantasmas Cotidianos - Navegos, 1994); "Abaixo do Equador" e "Ficções Fricções Africções" - Mares do Sul, 1999, ganhador do Prêmio Luís da Câmara Cascudo.* extraídos do livro "Ficções Fricções Africções"

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