Urariano Mota

"Se perguntarem a José Padilha, o diretor de Tropa de Elite, se o seu filme é fascista, a depender da ocasião e circunstância, ele pode sorrir. E dirá, como já disse: “Dizer que ‘Tropa de Elite’ é fascista ou de direita é provinciano, uma bobagem. É uma tentativa moralista, simplificadora, de tentar lidar com uma realidade com conceitos muito pequenos. Quer dizer que filmar bem não pode, só pode filmar mal? Não pode iluminar bem uma cena? Não pode ter um tom bom, ter efeito especial? Só os cinemas americano e europeu podem fazer isso? Essa relação que as pessoas fazem entre a qualidade, o estilo do filme e uma mensagem moralista qualquer por trás dele, é uma besteira... Não se pode filmar bem no Brasil uma cena violenta, senão se está glorificando a violência. Tem que ser meio bom?”.

Ora. Com expressa atenção a nossa insignificância, reconhecemos que “Tropa de elite” é um fenômeno hoje em toda a sociedade brasileira. Fenômeno de vendas, a partir já da distribuição em cópias pirata, fenômeno cultural, se por cultura (o cacófato vem a calhar, porcul, porco), se por cultura entendemos manifestações de comportamento. Fenômeno de mídia, fenômeno fenomenal, um fenômeno enfim. O diretor do filme está no Olimpo da hora."

Nenhum comentário: